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domingo, 30 de setembro de 2012

Filosofia e Arte - Pt.2 / 7o. Ano da Tarde



Atividade realizada pelos alunos do 7o. Ano da Tarde da Escola educativa na disciplina de Filosofia.

Objetivo: Criar autorretratos que pontuam características pessoais que formam nossa individualidade.

Todos estão de parabéns! Segue abaixo alguns que ficaram bem legais.

"Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor." (Frida Kahlo




Aluna: Bianca Marqueze


Aluno: João Pedro Salvadori


Aluno: André Menolli


Aluna: Taísa Coelho


Aluna: Beatriz Kuerten


Aluno: Luis Fernando Veríssimo

Filosofia e Arte / 7o. Ano da Manhã

Atividade realizada pelos alunos do 7o. Ano da Manhã da Escola educativa na disciplina de Filosofia.


Objetivo: Criar autorretratos que pontuam características pessoais que formam nossa individualidade.

Todos estão de parabéns! Segue abaixo alguns que ficaram bem legais.


"Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor." (Frida Kahlo)




Aluno: Gianlucca Paludeto


Aluno: Pedro Etinger


Aluno: Arnaldo Cubaski


Aluna: Eleonora Gomes


Aluna: Sara Deguchi


Aluna: Maria Eugênia Parra




quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Melhores redações - 7o. Ano Manhã/Educativa

Atividade realizada na disciplina de Filosofia

O objetivo eram levantar discussões por meio de uma produção de texto sobre sinceridade.

Parabéns, galerinha!

Qual a importância da sinceridade consigo mesmo? - Maria Eugênia Parra


O significado da palavra sinceridade cientificamente é: Qualidade de sincero; fraqueza; lisura de caráter. Mas esse significado se entrega ao nosso cotidiano?

Sim, ele se entrega , pois temos que ter franqueza com nós mesmos, pois senão vamos nos enganar, e nos esconder de nós mesmos.

Como dizia o filósofo Jean Jacques é mais fácil ser sincero consigo mesmo do que com os outros, essa frase é verdadeira, pois às vezes mentimos para as  outras pessoas, mas de qualquer jeito somos sinceros consigo mesmo.

A sinceridade também tem muito haver com a honestidade, pois só você sabe se você foi honesto ou não. Um exemplo disso é quando um político tem muito dinheiro na sua frente e resolve ser honesto. Nessa opinião ele está sendo sincero consigo mesmo, ou até quando vamos jogar um  jogo e roubamos, isso não é ser sincero com os outros, é ser desonesto.

Ninguém se conhece tão bem quanto você mesmo e que é impossível esconder da sua própria consciência quando seus atos foram bons quando foram maus.

Qual a importância da sinceridade com os outros e consigo mesmo? - Eleonora Gomes

Todos sabem que devemos  sempre ser sinceros com os outros e com nos mesmos. Mas será que todos são sempre assim?

Muitas vezes, podemos não ser sinceros consigo mesmo e com os outros, pois temos vergonha de alguma situação ou de algo que ocorreu com nós mesmos. Assim, podemos até inventar mentiras, afim de que sejamos aceitos por nossos amigos.

Por conta disso, nossas mentiras podem ficar tão grandes que talvez nem possamos dar conta delas. E a sinceridade, que antes causava vergonha, pode se tornar ainda pior.

Não sendo sinceros consigo mesmo e com os outros à nossa volta, no final, acabamos novamente sozinhos. É por isso que devemos ser sinceros com nós mesmos e com os outros ao nosso redor. Assim, conseguimos conquistar o carinho e a alegria de nossos amigos.

Podemos concluir portanto, que com a sinceridade só temos benefícios em nosso redor e não malefícios, consequência que muitas pessoas sofrem não sendo sinceras.

Porém, em determinadas situações, não somos sinceros nem consigo mesmo e nem com os outros, por exemplo, quando alguém faz uma comida ou dá um presente para você, que na verdade você achou horrível, mas disse que adorou, pois não quis magoar aquela pessoa.

Assim, você não terá magoado a pessoa que lhe presenteou e se sentirá melhor. Percebemos então, que a sinceridade em determinadas situações, pode apresentar bons e maus momentos, benefícios e malefícios.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Melhores redações - 6o. Ano Manhã - Escola Educativa

Os alunos do sexto ano da manhã tiveram que desenvolver uma produção de texto sobre: A Imporância do amor na minha vida.
Segue abaixo os três melhores textos da turma... Parabéns, galera!

A importância do amor em minha vida - Camila Lima

O amor é uma coisa que não se compra, que não existem palavras para descrever, que quando você sente é maior que qualquer coisa, o amor é infinito!

O amor é importante para a vida porque sem o amor há tristeza, insegurança, dor, não há alegria, não há felicidade, porque uma pessoa sem amor é uma pessoa amarga, de mau humor, de mal com a vida.

O amor mais importante que se pode sentir na vida não é por uma pessoa, por um amigo (a), por um familiar, é o amor em Deus. O amor de Deus é um amor inigualavel a qualquer coisa, é a razão de viver, é tudo.

O amor em minha vida me torna uma pessoa feliz, alegre, de bom humor, bondosa, estudiosa, carinhosa. É ser uma pessoa que segura a mão de Deus.

A importância do amor em minha vida é tudo, pois sem ele eu não amaria, não seria amada, não teria pessoas maravilhosas como: minha mãe, o meu pai, os meus amigos (as), os meus professores.

Essa é a importância do amor em minha vida....

A importância do amor em minha vida - Matheus


O amor é o sentimento mais importante na vida dos seres humanos. O amor faz de nós humanos. Sem amor, somos tiranos.

Quando conhecemos alguém e nos encontramos, nos apaixonamos, mas é o amor que nos faz tomar a decisão de ficar junto para sempre.

Sem amor a pessoa vive uma solidão, choro, tristeza, simplesmente não vive. Um ser humano sem amor é uma pessoa sem vida. Sem o amor o mundo em que vivemos não seria o mesmo, ia ser um mundo cercado de rancor.

Quando o amor verdadeiro toca uma pessoa ela muda, ela se torna uma pessoa melhor. Ela sente: Felicidade, alegria, um amor que não acaba; Só para resumir o que a pessoa que encontrou o amor sente.

E você como acha que você seria sem o amor?


A importância do amor em minha vida - Lucas Valente

O maior mandamento que Jesus nos deixou foi: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei! Isto nos diz a importância do amor em nossas vidas.

Em minha vida ele está sempre presente, amo tudo aquilo que me cerca, minha família, meus amigos, meu cachorro e etc. Ele me traz sempre coisas boas como paz, união, amizade e compreensão. O desejo de ser amado me faz dar carinho e receber carinho, faz com que as pessoas que estão a minha volta estejam sempre unidas.

Quem não ama está sempre sozinha, contraindo doenças, sempre está triste, sem motivação para viver. Com o amor consigo respetirar as outras pessoas como elas são, realizar tarefas com paciência e determinação, ter bons amigos e ser muito feliz.

Por isso não tenho medo de amar alguém ou me dedicar ao máximo por aquilo que mais amo fazer. E o mais importante: eu me amo!

domingo, 16 de setembro de 2012

Reportagem Revista Nova História - O Holocausto


Holocausto: atrocidades nazistas

O massacre dos judeus na Segunda Guerra começou em 1939 e terminou em 1945, quando os Aliados chegaram aos campos. A lista de barbáries cometidas é infinita

Cíntia Cristina da Silva | 01/05/2005 00h00
No dia 7 de dezembro de 1941, os cidadãos judeus de Chelmno, na Polônia, começaram a desaparecer. Aos poucos, foram deportados para um dos primeiros campos de extermínio nazistas, com o nome da mesma cidade. Os soldados alemães empurraram cerca de 80 condenados em um caminhão para o transporte até o campo. Durante o trajeto, muitas pessoas morreram asfixiadas com o monóxido de carbono dos veículos. Esses caminhões, com o interior da caçamba envenenado, podem ter sido a sombria inspiração para as câmaras de gás dos campos em que milhões de prisioneiros judeus acabariam assassinados. Diariamente, sacrificavam-se 2 mil pessoas. Os que chegavam vivos à prisão logo iriam começar a morrer lentamente em virtude da escassez de comida, dos maus-tratos sofridos e da crueldade dos guardas. Em 18 de janeiro de 1945, dois dias antes da chegada das tropas soviéticas, os alemães tentaram exterminar todos os prisioneiros – porém dois sobreviveram. Um deles é o polonês Simon Srebnik. Ele tinha 13 anos quando foi preso em Chelmno. Antes que os alemães fugissem dos soviéticos, levou um tiro na cabeça e milagrosamente não morreu. Rastejou até um chiqueiro, onde, dois dias depois, foi encontrado e tratado por um médico. Sobre Mordechal Podchlelnick, o segundo, sabe-se que escapou com vida do horror nazista, mas não apareceu para contar a história. Em 1941, a cidade de Chelmno tinha 400 mil judeus. No fim da guerra, esse número havia sido reduzido a apenas esse dois homens.
O extermínio em massa de judeus perpetrado ao longo de toda a guerra começou em Chelmno. Os campos de concentração criados pelo regime de Hitler eram administrados pela Schutzstaffel, a temida guarda SS – fundada em 1925 e comandada por Heinrich Himmler de 1929 a 1945. A ordem de confinar os opositores ao governo de Adolf Hitler surgiu em 1933. Apenas alguns meses após ele alcançar o poder, foi montado o campo de trabalhos forçados de Dachau, sob a jurisdição da SS. Para Dachau, eram levados homossexuais, ciganos e judeus, considerados “inimigos do Reich”.
Adolf Hitler delineou a inacreditável teoria da superioridade da raça ariana em 1925, em Mein Kampf – Minha Luta. No livro, ele eleva os povos germânicos à categoria de etnia maior em detrimento da “comprovada” inferioridade de negros e judeus. Em 1935, com o ditador já no poder, foram proclamadas as leis de Nuremberg, que proibiam, entre outras coisas, o casamento entre judeus e cidadãos de sangue alemão. Na Alemanha, no mesmo ano, os judeus eram obrigados a usar a estrela-de-davi em braçadeiras para ser facilmente identificados. Na Polônia, invadida pelos exércitos nazistas em setembro de 1939, a mesma lei passou a vigorar. Logo, a população judaica seria proibida de freqüentar ruas e praças e de obedecer a um toque de recolher.
Enquanto os nazistas aceleravam a construção de campos de concentração, os judeus começaram a ser confinados em guetos. Isso aconteceu em novembro de 1939, dois meses após a invasão da Polônia. Criou-se o primeiro gueto da Europa na polonesa Lodz: quarteirões separados por muros altos e arame farpado e vigiados por guardas truculentos. Os soldados podiam atirar em qualquer pessoa que transitasse na frente deles. Para Lodz, foram levados os cidadãos judeus, despojados de todas as posses e direitos. No gueto, a fome, o frio, a brutalidade e as doenças deram início à mortandade. Os mais fortes eram usados nas fábricas de uniformes militares, máquinas e prataria. Passaram pelo gueto de Lodz cerca de 500 mil pessoas, num espaço apertado de poucos quarteirões e prédios lotados para tanta gente. Quando foi fechado, em 1944, os 80 mil habitantes que sobreviveram a assassinatos e doenças foram sendo transferidos para Auschwitz.
Em novembro de 1940, outro gueto, o de Varsóvia, na Polônia, foi o espaço onde foram amontoadas mais de 500 mil pessoas. Em condições precárias, começaram a sucumbir de fome e tifo. Morriam por mês mais de 5 mil judeus. Os corpos jaziam nas ruas, onde eram recolhidos e transportados em carrinhos de mão.
A decisão de implantar uma política de erradicação total de judeus surgiu em 20 de janeiro de 1942 durante uma conferência em Wannsee, na Alemanha. Nela, os oficiais nazistas decidiram levar adiante o criminoso projeto de aniquilação dos judeus europeus, em um plano que ficou conhecido como Solução Final para a Questão Judaica. A reunião foi organizada por Reinhard Heydrich, um dos delegados de Heinrich Himmler, e dela participaram os principais oficiais do 3º Reich, incluindo Adolf Eichmann. Hitler não esteve presente na conferência, mas aprovou as propostas: os judeus seriam usados na construção de estradas de ferro e os sobreviventes ao trabalho receberiam “tratamento especial”.
Em 1942, o campo de extermínio de Treblinka foi aberto. Os ex-moradores do gueto de Varsóvia começaram a ser transportados para ele, a 80 km da capital polonesa. O destino da maioria eram três câmaras de gás. O gueto foi esvaziado durante um ano. Duas ou três vezes por semana trens carregados de pessoas se dirigiam a Treblinka.
Assim que chegavam ao destino, as pessoas eram despidas e esperavam nuas, no inverno ou no verão, para entrar na câmara de gás. Acreditavam que iam tomar banho e percorriam um longo corredor conhecido como “ascensão”, “a última estrada”, “estrada para o céu”. Mas, antes de entrar no “banheiro”, elas eram encaminhadas a uma sala, onde cerca de 16 barbeiros judeus – prisioneiros do campo havia mais tempo – ficavam responsáveis por cortar os cabelos das mulheres. A estratégia tinha duas funções: evitar o pânico e tentar convencer as vítimas de que elas sairiam dali com vida – além de utilizar o cabelo como mercadoria (era enviado para a Alemanha, onde servia de enchimento de colchões). Do local onde permaneciam, nuas e carecas, podiam ouvir pais, maridos, filhos sendo assassinados nas outras câmaras de gás. Os poupados trabalhavam para manter a linha de produção macabra.
As câmaras assassinas trabalhavam dia e noite. Elas eram sustentadas pelo motor de um tanque, de onde vinha o monóxido de carbono. Quando se abriam as portas, uma multidão de corpos era levada e jogada em fornos crematórios. Os prisioneiros tinham a tarefa de alimentar o fogo com o que havia sobrado de seus companheiros. Como os 15 fornos não davam conta do número de cadáveres, logo foi preciso enterrá-los em gigantescos sepulcros coletivos. O cheiro dos cadáveres empilhados em covas podia ser sentido a quilômetros de distância.
Nos barracões que serviam de alojamento a situação era deplorável. Em um ambiente úmido, frio, sujo e escuro, as pessoas ficavam esmagadas umas nas outras, em triliches ou no chão.
Além das câmaras de gás, Treblinka tinha outro método de assassinato: a “enfermaria”. Para lá mandavam-se os muitos velhos e as crianças. Despidos, sentavam em bancos enquanto aguardavam o “médico”. Os nazistas costumavam dizer que o “doutor curaria todos com uma única pílula”. Esse eufemismo doentio significava um tiro na nuca. As vítimas eram depois jogadas num poço profundo e incineradas.
Em 1942, os próprios prisioneiros judeus foram obrigados a construir novas câmaras de gás. Nesse mesmo ano, outros seis campos de morte foram montados na Polônia: além de Chelmno e Treblinka, havia os de Belzec, Sobibor, Maidanek e Auschwitz.
No sul da Polônia, Auschwitz era o mais cruel campo de extermínio da Europa. Para lá eram levados judeus de todas as partes do velho continente – França, Holanda, Romênia, Hungria, Itália, Grécia, União Soviética, Iugoslávia. Os primeiros a ser mortos foram os cidadãos de Auschwitz, cuja população era formada por 80% de judeus. Estima-se que nele quase 2 milhões de pessoas tenham perecido, vítimas das câmaras de gás, dos fuzilamentos, do trabalho forçado, da fome, de doenças.
Das crianças, apenas os gêmeos eram poupados e encaminhados para o sinistro laboratório do médico Josef Mengele, que os utilizava em experiências médicas. Ele aplicava vírus e bactérias nelas e as usava para testar técnicas de esterilização. Também costumava mergulhar prisioneiros em água congelada para ver quanto tempo duravam; arrancavam dentes, contaminavam com pus e os colocavam de volta. Esse último “procedimento” era a especialidade de Hans Münch, diretor do “Instituto de Higiene” de Auschwitz. Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Münch disse que jamais se sentiu desconfortável com os experimentos. Sobre Mengele, declarou, cínico: “Foi a companhia mais agradável que tive.”
Em Auschwitz, os nazistas liquidavam 2 mil pessoas em pouco mais de 15 minutos. Trancavam-se os condenados em câmaras escuras, enquanto o gás começava a penetrar no ambiente vindo do chão. O veneno usado já não era o monóxido de carbono, mas o Zyklon B, um pesticida. As câmaras de Auschwitz também tinham pequenos orifícios pelos quais os guardas, por sadismo, observavam o desespero dos que sufocavam até a morte.
Além de construir barracas, queimar corpos e manter Auschwitz em funcionamento, os judeus também eram explorados como mão-de-obra escrava por várias empresas alemãs, como Siemmens, Krupp e a fábrica de munição I. G. Farben. Os que tinham a sorte de manter a saúde em meio às condições de escravos conseguiam a seleção para o trabalho. Os que não trabalhavam em fábricas cumpriam obrigações horrendas. Enchiam os crematórios com os mortos e muitas vezes tinham de enterrar conhecidos e familiares.
O trabalho e as posses dos judeus ajudavam a financiar e manter a máquina de guerra nazista. Privavam-se os prisioneiros de seus pertences assim que chegavam ao campo. Tudo se aproveitava: óculos, roupas, cabelos, sapatos, malas, dentes de ouro. O que lhes era destinado resumia-se a um pijama listrado e uma sopa rala de batata ou nabo – às vezes, segundo os sobreviventes, havia areia dentro da sopa.
Em janeiro de 1945, os soviéticos chegaram a Auschwitz e se chocaram profundamente com o que viram. Encontraram milhares de pessoas reduzidas a pele e osso, corpos incendiados, cadáveres espalhados por todo o campo. A maioria dos prisioneiros estava tão doente e abatida que mal tinha forças para celebrar o fim de tamanho martírio. Os soldados dispuseram suas rações para alimentar imediatamente as tantas vítimas. A desnutrição era tão séria que, desacostumados a se alimentar, muitos morreram ao voltar a comer. Meyer Levin, escritor americano e correspondente de guerra, estava entre os soldados que presenciaram o inconcebível nos campos. “Jamais tínhamos visto um campo de concentração nazista. Foi como se penetrássemos no âmago de um coração totalmente depravado”, afirmou Levin.
Ninguém nunca havia testemunhado nada parecido. Quando Sidney Bernstein, que dirigia a seção de filmes do Ministério da Informação britânico, pensou em fazer um documentário sobre o genocídio praticado nos campos, ele convidou Alfred Hitchcock para ajudá-lo. Bernstein queria realizar um filme em que não houvesse dúvida de que o que se veria na tela fosse a mais pura realidade. O resultado é o chocante Um Testemunho para o Mundo (1985), em que cadáveres descarnados são arrastados para ser sepultados em covas coletivas. Indignados diante de tamanha barbárie, os Aliados ordenaram que os alemães tratassem de sepultar suas vítimas. Também se vê uma longa seqüência sem cortes (idéia de Hitchcock) mostrando montes de óculos, de sapatos, de roupas pertencentes a milhares de pessoas que já não existiam mais.
Na Segunda Guerra Mundial, existiram mais de 5 mil campos de concentração espalhados pela Europa. Juntos, eles foram responsáveis pela morte de 6 milhões de pessoas. Estima-se que em maio de 1945 existiam de 2,7 a 3,6 milhões de sobreviventes do Holocausto. A história da barbárie choca cada vez mais – e continua inexplicável.

Sobrevivi a Hitler por milagre

“Em 1944, a evacuação do gueto de Lodz, se intensificou. Diziam que iríamos para a Alemanha, trabalhar em serviços que já conhecíamos. Entramos nos vagões de trem, trancados pelo lado de fora. Depois de uma viagem tortuosa, chegamos a uma estação. Vi uma grande quantidade de soldados carregando metralhadoras. Os homens e as mulheres eram separados na plataforma. Dali, fomos levados a Auschwitz. No campo, sob chicotadas, fomos empurrados para os chuveiros. No fim do corredor do banheiro estavam vários prisioneiros, os ´listrados´, encarregados de raspar nossa cabeça. Anoitecia quando saímos de novo para o campo. Sentimos um cheiro insuportável de carne e ossos queimados.
Entramos em Birkenau (parte de Auschwitz onde ficavam os crematórios). Fomos amontoados num barracão vazio. Logo um homem começou a gritar: ´Vocês sabem onde estão, seus filhos da puta? Vocês estão em Auschwitz. Daqui só se sai pela chaminé!‘
Nossa vida no campo obedecia a um ritual medonho. Acordávamos às 5 horas e logo éramos colocados em fila para recebermos um pouco de café artificial. Depois éramos obrigados a fazer exercícios fatigantes durante horas. Ao meio-dia, recebíamos uma rala sopa de batatas não descascadas, onde sempre encontrávamos grãos de areia. De vez em quando, alguém se jogava na cerca elétrica para se suicidar. O crematório não parava de funcionar. Acabamos nos acostumando com o cheiro de carne queimada. Um dia, um prisioneiro antigo nos contou algo realmente chocante: a gordura humana saía do crematório através de uma canalização especial e era transformada em sabão numa fábrica situada ao lado do edifício. Chamava-se R. I. F Rein Juduen Fet, que quer dizer ´gordura pura dos judeus´. Certo dia, fomos informados de que diretores de outras fábricas alemãs estavam procurando prisioneiros para trabalhos forçados. Precisavam de mecânicos e tive a sorte de ser selecionado. Depois de duas semanas em Auschwitz (que pareceram dois séculos), embarquei para Braunschweig, na Alemanha. Durante a viagem de três dias, não recebemos nada para comer. De lá segui para Wochelde, onde trabalhei numa fábrica de engrenagens de câmbio para caminhões. À medida que os Aliados avançavam, éramos deslocados de um campo a outro. Na noite de 1º de maio de 1945, ouvi gritarem: ´Os tanques, os tanques!´ Vi uma coluna deles se aproximando. Ostentavam estrelas brancas. Nós, judeus, não gritávamos. Chorávamos, chorávamos sem parar...”
Ben Abraham nasceu em 1924 em Lodz, na Polônia. O pai morreu de fome no gueto, e a mãe, numa câmara de gás em Auschwitz. Libertado, aos 20 anos, pesava 28 kg. Hoje, mora em São Paulo. É presidente da Associação Brasileira dos Sobreviventes do Nazismo. Escreveu, entre 15 livros, Holocausto...
E o Mundo Silenciou.

A lista de Mendes

Em 1940, na França ocupada pelas tropas nazistas, multidões de refugiados afluem para a cidade de Bordéus, sudoeste do país. Tinham a esperança de chegar à fronteira, atravessar a Espanha, entrar em Portugal e dali embarcar para a América. A Espanha do ditador Francisco Franco era descaradamente pró-nazi. Em Portugal, o também ditador Antônio Salazar se mantinha igualmente alinhado com Hitler. Foi em meio a esse quadro de desespero que o cônsul-geral português em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, se pôs a emitir vistos de entrada em Portugal a qualquer um que necessitasse, convertendo sua própria casa em abrigo para refugiados. Originário de uma família aristocrática, Aristides Sousa Mendes do Amaral e Abranches nasceu em 19 de julho de 1885, em Cabanas de Viriato. Foi cônsul na Guiana Francesa, no Brasil, nos Estados Unidos, na Espanha, na Bélgica e, desde 1938, em Bordéus. Mendes era partidário da ditadura salazarista. Mas, em 16 de junho de 1940, ao sair do consulado se viu cercado pela multidão de refugiados. Diante do impasse entre salvar milhares de vidas humanas e cumprir a ordem de Salazar, que não permitiria a entrada de refugiados do nazismo, Sousa Mendes afirmou: “Não vou ficar impassível à matança de inocentes”. Durante três dias, Aristides de Sousa Mendes, com a ajuda da mulher, Angelina, e do filho, Pedro Nuno, atendeu a milhares de pessoas em busca do almejado visto. Muitos foram assinados em plena rua. Entre judeus e perseguidos políticos, calcula-se que Mendes tenha salvado em torno de 30 mil pessoas. Em 24 de junho de 1940, Salazar o acusou de “concessão abusiva de vistos de estrangeiros” e ordenou que fosse imediatamente a Lisboa. Em Portugal, Mendes viu sua carreira de 30 anos de diplomata acabar de forma drástica. No dia 3 de abril de 1954, aos 69 anos, Sousa Mendes morreu pobre. Em 1958, Joana, uma de suas filhas, escreveu ao primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion, falando de seu pai. Hoje, na floresta dos Mártires, em Jerusalém, o bosque conta com 30 mil árvores, simbolizando cada uma das vidas que Mendes salvou.
Cláudio Tsuyoshi Suenaga, que escreveu este texto, é mestre em história pela Universidade Estadual Paulista

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Para meus alunos do 9o. Ano: Não percam o filme é perfeito!



Década de 60. Jude (Jim Sturgees) e Lucy (Evan Rachel Wood) estão perdidamente apaixonados. Juntamente com um grupo de amigos e músicos eles se envolvem nos movimentos da contracultura de sua época, tendo como guias o dr. Robert (Bono) e o sr. Kite (Eddie Izzard).

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Revista Mundo Estranho: Quais são os principais deuses gregos?


POSEIDON
O irmão mais velho de Zeus e Hades é o deus do mar. Com um movimento de seu tridente, causa tempestades e terremotos - e sua fúria é famosa entre os deuses! Posêidon vive procurando aumentar seus domínios em diferentes áreas da Grécia
HADES
Mesmo sendo irmão de Zeus e Posêidon, não vive no monte Olimpo. Hades, como deus dos mortos, domina seu próprio território (ver O mundo dos mortos). Apesar de passar uma imagem ruim por sua "função", não é um deus associado ao mal
HERA
Terceira mulher de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio e do parto. É vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram. Para os gregos, Hera e Zeus simbolizam a união homem-mulher
ZEUS
O filho mais novo de Cronos e Réia (ver Início titânico) é o líder dos deuses que vivem no monte Olimpo. Ele impõe a justiça e a ordem lançando relâmpagos construídos pelos ciclopes. Zeus teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas
AFRODITE
O nome da deusa do amor significa "nascida da espuma", porque diziam que ela havia surgido do mar. Afrodite é a mais bela das deusas. Apesar de ser esposa de Hefesto, teve vários casos - com deuses como Ares e Hermes e também com mortais
HEFESTO
Filho de Zeus e Hera, Hefesto nasceu tão fraco e feio que foi jogado pela mãe no oceano. Resgatado por ninfas, virou um famoso artesão. Impressionados com o talento dele, os deuses levaram Hefesto ao Olimpo e o nomearam deus do fogo e da forja
ARES
O terrível deus da guerra é outro filho de Zeus e Hera. No campo de batalha pode matar um mortal apenas com seu grito de guerra! Pai de vários heróis - humanos que são protegidos ou filhos de deuses -, Ares ainda se tornou um dos amantes de Afrodite
APOLO
O deus da luz (representada pelo Sol), das artes, da medicina e da música é filho de Zeus com uma titã, Leto. Na juventude, era vingativo, mas depois se tornou um deus mais calmo, usando os poderes para cura, música e previsões do futuro
ARTEMIS
Irmã gêmea de Apolo, é a deusa da caça, representada por uma mulher com um arco - contraditoriamente, também é a protetora dos animais... Artemis é uma deusa casta (virgem), que fica furiosa quando se sente ameaçada
HERMES
Filho de Zeus com a deusa Maia, o mensageiro dos deuses é o protetor de viajantes e mercadores. Representado como um homem de sandálias com asas, Hermes tinha um lado obscuro: às vezes trazia mentiras e falsas histórias
ATENA
É a deusa da sabedoria e filha de Zeus com a primeira mulher dele, Métis. Seu símbolo é a mais sábia das aves, a coruja. Habilidosa e especialista nas artes e na guerra, Atena carrega uma lança e um escudo chamado Égide
INÍCIO TITÂNICO
Mundo surgiu graças ao titã Cronus, depois derrotado por Zeus
O mundo mitológico grego tem início com o casal Urano e Gaia. Urano (o céu) permanecia unido a Gaia (a terra) em um ato de reprodução constante. Dessa união nasceram os titãs, que não conseguiam sair do ventre de Gaia. Infeliz com os filhos aprisionados, Gaia ajudou um deles, Cronus, a castrar o pai. Com isso, Urano se separou de Gaia, uma metáfora que simboliza o surgimento do mundo após a separação entre o céu e a terra
Cronus passou a reinar, mas, com medo de perder o poder, engolia os filhos que tinha com a titã Réia. Um deles, Zeus, escapou desse destino e resgatou os irmãos. Zeus derrotou Cronus em uma grande batalha, que deu início à era dos deuses
O MUNDO DOS MORTOS
Território de Hades tem regiões celestiais e infernais
Na mitologia, a alma dos mortos vai para o mundo subterrâneo, governado por Hades. Para entrar, é preciso pagar o barqueiro Caronte, que faz a travessia do rio Estige. Por isso os gregos enterravam os mortos com uma moeda. No submundo de Hades, o morto é julgado por três juízes. Os que viveram uma vida correta são premiados e seguem para uma região chamada Campos Elíseos, uma espécie de paraíso, cheio de paisagens verdes e floridas.
Mas o mundo subterrâneo também tem regiões sombrias... Os gregos que "aprontaram" na vida como mortal têm como destino o Tártaro. Equivalente ao inferno cristão, ele é um poço profundo, quase sem fim, escuro, úmido e frio
MEZZA GREGA, MEZZA ROMANA
Confira o nome romano desses mesmos deuses
ZEUS = JÚPITER
HERA = JUNO
HADES = PLUTÃO
POSÊIDON = NETUNO
ATENA = MINERVA
HERMES = MERCÚRIO
APOLO = APOLO
ARTEMIS = DIANA
HEFESTO = VULCANO
AFRODITE = VÊNUS
ARES = MARTE

Reportagem Revista de História: Nem as margens ouviram



“Independência ou Morte!” Consagrado pela História, o Grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, quase não causou repercussão entre seus contemporâneos. Na imprensa do Rio de Janeiro, somente o número de 20 de setembro do jornal O Espelho exaltou “o grito acorde de todos os brasileiros”. Na prática, a Independência estava longe de chegar.

Três séculos depois do descobrimento, o Brasil não passava de cinco regiões distintas, que compartilhavam a mesma língua, a mesma religião e, sobretudo, a aversão ou o desprezo pelos naturais do reino, como definiu o historiador Capistrano de Abreu. Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual luso-brasileira. Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de uma separação, mas esperava-se ao menos que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas. Vã ilusão: o império instalado no Rio de Janeiro simplesmente copiou as principais estruturas administrativas de Portugal, o que contribuiu para reforçar o lugar central da metrópole, agora na América, não só em relação às demais capitanias do Brasil, mas até ao próprio território europeu.

O auge do questionamento das práticas do Antigo Regime aconteceu em 24 de agosto de 1820, quando estourou a Revolução Liberal do Porto. Clamava-se por uma Constituição baseada nas liberdades e direitos do liberalismo nascente. A revolução teve importante eco no Brasil, por meio de uma espantosa quantidade de jornais e folhetos políticos. Durante todo o ano de 1821, porém, não surgiu nesses impressos qualquer proposta favorável à emancipação.

Até o início de 1822, ninguém falava de Brasil. Ao partir para as Cortes de Lisboa, para a discussão da Constituição do Reino, os deputados americanos pensavam apenas em suas “pátrias locais”, ou seja, em suas províncias. Só os paulistas demonstraram alguma preocupação em construir uma proposta para o conjunto da América portuguesa. Nem por isso abriam mão da integridade do Reino Unido: sugeriam o Brasil como sede da monarquia, ou então a alternância da residência do rei entre um lado e outro do Atlântico. “Independência” significava, antes de mais nada, autonomia.

Ao longo daquele ano, porém, o discurso se radicalizou. A insatisfação com a metrópole crescia, pois das Cortes vinham propostas para retomar algumas das antigas restrições políticas e econômicas que tinham limitado a autonomia do Brasil no passado. Junto com o projeto constitucionalista surgia a ideia separatista, embora ainda não direcionada a toda a América portuguesa.

Considerada na época como a data que oficializou a separação do Brasil de sua antiga metrópole, a aclamação de Pedro I como imperador, em 12 de outubro de 1822, não significou a unidade política do novo Império. A proposta foi aceita pelas Câmaras Municipais de Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Pernambuco titubeou durante algum tempo. Por causa das dificuldades de comunicação, Goiás e Mato Grosso só prestaram juramento de fidelidade ao Império em janeiro de 1823. Enquanto isso, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, além de parte da Bahia e da província Cisplatina, permaneceram leais a Portugal, refratárias ao governo do Rio de Janeiro. Foram tempos de guerra. No início de 1823, enquanto várias províncias já escolhiam seus deputados para a Assembleia Legislativa e Constituinte do Rio de Janeiro, o Maranhão elegia deputados para as Cortes ordinárias de Portugal.

Enfim, apesar dos horrores da guerra e das tensões que não desapareceram, esboçou-se pela força a unidade territorial do Brasil. Mas o rompimento total e definitivo mantinha-se sub judice. Afinal, o imperador era português e sucessor do trono dos Bragança. Capaz, portanto, de reunir novamente, após a morte do pai, os dois territórios que o Atlântico separava.

Somente em 1825, depois de demoradas negociações, D. João VI reconheceu a Independência, em troca de indenizações. Mesmo assim, o gesto veio sob a forma de concessão, transferindo a soberania do reino português, que ele detinha, para o reino do Brasil, sob a autoridade de seu filho. E D. João foi além: reservou para si o título de imperador do novo país, registrado nos documentos que assinou até sua morte, em 1826.

Os laços de sangue faziam da Independência um processo ambíguo e parcial. Foi preciso esperar outra data, a da abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, para que se rompesse definitivamente qualquer vínculo do Brasil com Portugal. Assumia o poder um soberano-menino, também ele um Bragança, mas nascido e criado no Brasil. No linguajar dos exaltados do período regencial, acabava-se “a farsa da independência Ipiranga”.

Lucia Bastos Pereira das Neves é professora titular de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autora de Corcundas e constitucionais: a cultura política da Independência (1808-1822) (Revan, 2003).

domingo, 2 de setembro de 2012

Revolução Cubana


O primeiro dia do ano de 1959 marcou a vitória da Revolução Cubana com a tomada da capital, Havana. Depois de três anos de combates os rebeldes comandados por Fidel Castro conseguiram derrubar o governo de Fulgêncio Batista. Hostilizados pelo governo dos Estados Unidos, os cubanos foram se aproximando cada vez mais da União Soviética. Foi assim que Cuba se tornou o único país comunista das Américas.

Comunistas na América

Do século XVI até 1898, Cuba foi uma colônia da Espanha. Em 1898, Cuba conseguiu sua independência da Espanha, com um exército popular liderado porJosé Marti, que recebeu ajuda dos Estados Unidos. Em troca, os Estados Unidos exigiram uma série de vantagens. Uma delas foi a Emenda Platt, assinada em 1901, que dava aos norte-americanos o direito de intervir em Cuba sempre que considerassem seus interesses ameaçados e também deinstalar bases militares na ilha.
Na primeira metade do século XX, Cuba sobrevivia principalmente da produção do açúcar que vendia para os Estados Unidos e do turismo. Grande parte da riqueza da ilha concentrava-se em mãos de poucas famílias locais e de empresários norte-americanos.
Enquanto isso, a maioria da população alimentava-se mal e morava em cortiços ou em cabanas de palha, com chão de terra batida. Segundo o censo de 1953, apenas 28% da população contava com banheiro dentro de casa. As precárias condições sanitárias contribuíam para o surgimento e apropagação de doenças e para as altas taxas de mortalidade infantil.Grande parte da população rural não sabia ler e vivia de empregos temporários.
Na primeira metade do século XX, Cuba foi governada a maior parte do tempo por ditadores corruptos e violentos. Um deles, Fulgêncio Batista, chegou ao poder por meio de um golpe e, durante os quinze anos de seu governo esteve ligado a empresários que exploravam os cassinos e a prostituição.

A Revolução Cubana

Denunciando essa situação, o jovem advogado cubano Fidel Castro reuniu um grupo de combatentes e iniciou uma luta contra a ditadura de Batista. Em 26 de julho de 1953, tentou tomar o quartel de Moncada, na cidade de Santiago de Cuba.
O ataque fracassou e a maioria dos rebeldes morreu. Fidel Castro foi preso e, dois anos depois, conseguiu fugir, exilando-se no México, onde reuniu 82 homens e desembarcou em Cuba para continuar sua luta. Mas as forças de Batista foram informadas do desembarque e surpreenderam os rebeldes, matando a maioria deles. Sobraram apenas 12 homens, que se embrenharam nas matas de Sierra Maestra e de lá iniciaram uma guerra de guerrilhas contra o governo. Nesse grupo estava o médico argentino Ernesto Che Guevara, que empolgou muitos jovens de sua geração em toda a América latina.
Ernesto Che Guevara
Durante os dois anos de luta contra a ditadura de Batista, os "barbudos", como os rebeldes eram chamados, foram ganhando apoio popular, sobretudo entre os camponeses mais pobres. Em 1º de janeiro de 1959Fidel Castro,Che Guevara e Camilo Cienfuegos, os principais líderes rebeldes, chegaram ao poder. Fidel Castro foi nomeado primeiro-ministro.
Logo que assumiu o poder, Fidel Castro tomou algumas medidas populares tais como:
  • reforma agrária, com distribuição de terras para cerca de 200 mil famílias;
  • nacionalização de indústrias e bancos;
  • redução de 50% nos aluguéis residenciais, nas tarifas telefônicas e de eletricidade e no preço dos medicamentos;
  • combate à corrupção e ao jogo.
Fidel Castro Ruz
Alguns grupos se consideraram prejudicados por essas medidas e deixaram o país. Os Estados Unidos, por sua vez, reagiram cancelando a compra de todo o açúcar cubano produzido em 1960:  700 mil toneladas. Esse foi um duro golpe para Cuba, cuja economia dependia em grande parte da exportação desse produto. A União Soviética, no entanto, líder do bloco comunistacomprou todo o açúcar, salvando Cuba de uma violenta crise.
Camilo Cienfuegos Gorriarán

Em represália às medidas tomadas pelos Estados Unidos, o governo cubano nacionalizou as principais empresas norte-americanas instaladas em Cuba:refinarias de petróleocompanhia de eletricidade e telefônica. Os Estados Unidos revidaram, rompendo relações diplomáticas com o país e passando a hostilizar o regime cubano.


Breve biografia
  • Camilo Cienfuegos Gorriarán: (1932-1959). Revolucionário cubano, um dos líderes da revolução. Morreu em 28 de outubro de 1959 num acidente aéreo.
  • Fulgêncio Batista y Zaldivar: (1901-1973). Entre 1933 e 1940 exerceu amplos poderes sobre o governo cubano, apesar de não ser o presidente oficial do país. Foi presidente de Cuba de 1940 a 1944. Em 1952, liderou um golpe de Estado contra o presidente Carlos Prio Socarrás e governou Cuba como ditador até 1959. Foi deposto pela Revolução Cubana em 1959 e exilou-se em Portugal e na Espanha onde morreu.
  • Fidel Castro Ruz: (1927-). Advogado cubano, líder político de seu país desde 1959, quando a guerrilha comandada por ele derrubou o governo de Fulgêncio Batista. Sofreu tentativas de assassinato e de golpes de Estado planejadas pelo governo dos EUA, mas sobreviveu a todas elas. Governou de 1976 a 2008.
  • Ernesto Guevara de la Serna (Che Guevara): Médico argentino, viajou pela América Latina e viveu na Guatemala. No México, conheceu Fidel Castro e abraçou sua causa. Depois da Revolução Cubana, ocupou vários cargos importantes no governo. Morreu na Bolívia, onde pretendia organizar um movimento guerrilheiro semelhante ao de Cuba.

Pop Star
Em 1965, Guevara deixou Cuba para formar guerrilheiros no  Congo e depois naBolívia, onde foi capturado e morto pelo exército boliviano em outubro de 1967. Sua morte contribuiu para transformá-lo num mito.
Representado como um herói romântico, dotado de habilidades militares, Che Guevara tornou-se um modelo atraente até mesmo entre os jovens dos países capitalistas.
O mito de  Che Guevara também faz parte da história do Brasil. Em 19 de agosto de 1961, Guevara foi condecorado pelo presidente brasileiro Jânio Quadros com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Esse ato irritou muitos membros das Forças Armadas e esteve relacionado à renúncia de Jânio, ocorrida seis dias depois. Em outubro de 1968, guerrilheiros brasileiros assassinaram o capitão norte-americano Charles Rodney Chandler, responsável pelo treinamento dos militares bolivianos que mataram Che Guevara um ano antes.

Imagem do guerrilheiro tem diferentes significados

 
Liberdade, luta, vitória, igualdade social, revolução, garra, união, esperança, resistência, amor, solidariedade, independência, vontade de vencer na vida.
Para cada jovem entrevistado [...], o mito Che Guevara tem um significado diferente. Esse é o resultado direto da transformação da imagem do guerrilheiro, que, em 1959, ajudou a fazer a Revolução Cubana e a instituir um dos únicos regimes comunistas do mundo ainda em vigor em ícone pop.
A famosa foto de Che, estampada em camisetas e pendurada nas paredes dos quartos de adolescentes do mundo todo há pelo menos 40 anos, já virou até mascote de torcida de futebol. Desde 1995, o guerrilheiro divide lugar nas camisetas e bandeiras da torcida independente do São Paulo Futebol Clube com o Bombadão (um São Paulo cheio de músculos). "As camisetas do Che vendem tão bem quanto as do Bombadão", diz Leandro Amendola, 18 anos, funcionário da lojinha da torcida. [...]
Para a assistente de estilo Carolina Pereira Damasceno, 21 anos, que está lendo a biografia de Che Guevara, é importante conhecer a história dele. "Como eu ia vestir uma camiseta sem saber quem ele foi?Agora quero comprar uma. Também estou procurando um pôster para colocar na porta do meu quarto.
Hoje ele é um dos seus ídolos. "Em primeiro lugar está a minha mãe. Também admito muito o Amir Lama [dono da Rosa Chá, grife de biquinis]" diz.
Há muitas pessoas que se sentem influenciadas pelo guerrilheiro, como o estudante de pedagogia Leandro Silva Andrade, 22 anos, de  Montes Claros (MG). "A história dele me incentivou a participar do movimento estudantil", conta.
"Hoje vemos muitas camisetas com a foto do Che, todas coloridas e cheias de 'firulas', usadas por pessoas que nem sabem o ideal que ele tinha. Acho que ele não ficaria feliz sabendo que sua imagem está sendo vinculada à moda e servindo ao capitalismo", acredita o estudante.
KORMANN, Alessandra. Imagem do guerrilheiro tem diferentes significados. Folha de São Paulo, 10/5/2004.


CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental. BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.