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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

7o Ano Educativa: O império Bizantino

FRANCO JUNIOR, Hilário, 1948; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O império bizantino. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. 100 p

“Constantinopla foi, sem dúvida, o grande centro urbano da Europa Medieval”, é assim que Hilário Franco começa a discutir a estrutura econômica do Império Bizantino, chega até a afirmar em linhas posteriores que Constantinopla não apenas era apenas a capital romana do Oriente, mas a “capital da comunidade mediterrânica”, sua localização geográfica, ligação do mar negro ao mediterrâneo, da Ásia a Europa, fizeram da cidade um entreposto comercial por onde passavam mercadorias oriundas de todos os lugares, como seu porto praticamente tornou-se para obrigatória, Bizâncio quase que não importava nada e Enem seus comerciantes pagavam impostos para transitarem pelos mares e portos de outros povos.



A economia bizantina foi marcada por grande estativismo, “os artesãos e os comerciantes estavam reunidos em corporações rigidamente regulamentadas e supervisionadas, entretanto, mesmo com o comércio extremamente importante, o Império teve como essência de sua economia a agricultura, herança do Império Romano.

Deste modo, com o alto controle sobre o comércio, o Império limitava a iniciativa privada, a aristocracia não investia nem no comércio, por ser de alto risco e nem na produção industrial, onde o Estado intervém diretamente. Mesmo assim Constantinopla acumulou muitas riquezas, fato ajudado por sua moeda ser estável de utilização no comércio internacional.


A prosperidade de o Império poder ser destacado, como já foi dito, pela sua posição geográfica e também pela existência de importantes portos da Ásia Menos em seu território. O declínio deste auspicioso comércio só viria a partir do século XII, quando os latinos começam paulatinamente controlar as rotas comerciais, primeiros os venezianos e depois os genoveses, que em suas lutas por disputa pelo comércio, organizaram cruzadas que enfraqueceram o Império Bizantino, pois Bizâncio trouxe para seu interior a rivalidade e as guerras destas duas cidades italianas.

Foi desta forma que o ao organizar a Quarta Cruzada. Veneza se aproveitando das divergências político-religiosas entre o Ocidente e Constantinopla e querendo apossar-se definitivamente do comércio bizantino, estabeleceu o Império Latino do Oriente (1204-1261), a partir daí Gênova se propôs a ajudar na reconstituição do Império, em troca exigia o domínio total do comércio, assim os genoveses seguiram os venezianos na hegemonia econômica e Bizâncio perdera o controle de seus territórios.

Sobre a economia agrária, podem-se aferir três períodos: até o século VII, manteve-se a estrutura romana, do século VII ao século X, houve uma maior preocupação com o pequeno produtor e nesse período foi alcançada a maior produtividade agrícola do Império e o último período, encerrado no século XV com o fim do Império Bizantino, onde reapareceram grandes domínios tornando-se predominantes.



O latifúndio, que era a unidade produtiva básica era constituído basicamente de três tipos: terras da Coroa, terras de Nobre e terras da Igreja e mosteiros. As terras que mais cresceram foram as dos nobres, que cada vez mais ganhando poder, levou à desagregação do Império e junto com isso a desvalorização da moeda, “assim reuniram-se as forças que levariam o império à dissolução”.

“A conturbada existência de onze séculos do Império Romano do Oriente acarretou inúmeras peculiaridades e características que, em meio a elos comuns, elaboraram sua personalidade”, o mundo bizantino possuía uma multiplicidade de povos, raças, línguas e credos que as vezes estavam em suas fronteiras e as vezes não, apesar de Constantinopla lograr para si o título de Império Grego Cristão, a parcela de gregos em seu território era muito pequena.

Assim, “ser bizantino não implica uma nacionalidade”, misturavam-se eslavos, búlgaros, georgianos, armênios, persas, russos, normandos, gregos, italianos, anglo-saxões e outros que se confundiam em meio às variações de fronteira do Império. É certo que para ser considerado bizantino deveria passar por um processo de aculturação, isto é, assimilar a cultura grega, a língua grega e a religião cristã ortodoxa, exceção dada a nação judaica que nunca se deixou submeter e por isso foi amplamente perseguida.

Estas são as características predominantes das estruturas bizantinas, onde a igreja esteve presente em todos os âmbitos e o poder temporal era o grande regulador da vida do império, inclusive na cultura, que firmada sobre a cultura helenística romana, sempre esteve condicionada pela Igreja e sempre a favor do Estado.

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